CONARH 2025 mostra que o futuro das empresas passa por bem-estar, tecnologia e pertencimento - Minha Visão

 

CONARH 2025 mostra que o futuro das empresas passa por bem-estar, tecnologia e pertencimento

Por Thielle Felix, jornalista especializada em empreendedorismo e empreendedora desde 1993

Instagram: Instagram Thielle Felix - Jornalista / Empreendedora

São Paulo sempre pulsa diferente quando o mês de agosto chega e o calendário do RH reserva um espaço especial para o CONARH, o maior congresso de gestão de pessoas da América Latina. Neste 2025, mais de 20 mil profissionais circularam pelos corredores, estandes e auditórios de um evento que já não é apenas um encontro de Recursos Humanos, mas sim um radar para entender as transformações que afetam o trabalho, a liderança, a cultura organizacional e a forma como as empresas se relacionam com seus colaboradores e com a sociedade. Caminhar por ali é mergulhar em um universo de ideias, provocações e tendências que moldam o presente enquanto apontam para o que virá.

Eu, Thielle Felix, empreendedora desde 1993, costumo observar o CONARH com os olhos de jornalista e de quem conhece na pele os desafios de empreender em cenários improváveis. Vejo nos grandes palcos, cheios de luzes e projeções futuristas, ecos das minhas próprias lutas quando comecei como empregada doméstica, descobri um talento nas unhas e transformei esse talento em negócio. É por isso que, mais do que apenas relatar o que acontece por aqui, eu gosto de cruzar as falas dos especialistas com a realidade prática de quem já precisou improvisar, errar e persistir para criar algo que fizesse sentido e se sustentasse no tempo.

O tom do CONARH 2025 foi muito claro: o futuro do trabalho já não é sobre prever quando a inteligência artificial vai assumir postos de trabalho ou sobre desenhar organogramas perfeitos. O futuro do trabalho é, acima de tudo, humano. É sobre dar protagonismo às pessoas, entender que bem-estar é produtividade, que endomarketing não é um detalhe, mas sim uma estratégia de sobrevivência para marcas que querem continuar relevantes. Em cada auditório havia debates sobre diversidade, saúde mental, flexibilidade, novas lideranças e o impacto das tecnologias que chegam. Mas, curiosamente, o fio condutor de quase todas as falas era sempre a mesma palavra: confiança.

E confiança é uma moeda que não se compra. Ela é construída, tijolo por tijolo, gesto por gesto. Lembrei de uma palestra em que a executiva de uma multinacional reforçou que “sem confiança, nenhuma transformação digital é sustentável”. Ao ouvir isso, automaticamente voltei ao início da minha jornada, quando eu precisava conquistar a confiança de cada cliente abrindo a porta de casa para que eu pudesse esmaltar suas unhas. Sem diploma, sem plano de negócios, sem estrutura. Apenas com a certeza de que, se eu fizesse um trabalho impecável e mostrasse respeito pela vida de cada pessoa, eu conquistaria espaço. Essa confiança, lá atrás, foi meu maior capital. Hoje, no palco do maior congresso de RH, essa mesma lógica aparecia vestida de palavras como “employer branding” e “employee experience”.

É curioso perceber como aquilo que parecia pequeno ganha outra escala. Na época, eu não sabia que estava praticando endomarketing; eu apenas queria que minhas clientes voltassem e indicassem meu trabalho. Agora, as grandes empresas discutem métricas, KPIs e jornadas de experiência. Mas, no fundo, trata-se da mesma coisa: criar desejo de estar perto de uma marca. Esse desejo pode nascer de um serviço bem feito, de um conteúdo criativo ou de um gesto de cuidado. É aí que entra uma das minhas convicções mais fortes: a simplicidade é o que sustenta qualquer inovação.

O CONARH trouxe também muito debate sobre inteligência artificial. Alguns números impressionaram: até 2030, estima-se que 30% das atividades operacionais em empresas brasileiras poderão ser automatizadas. Mas a pergunta que mais circulava pelos corredores não era “quantos empregos serão perdidos?”, e sim “quais novas funções vão nascer dessa mudança?”. E foi nesse ponto que eu percebi uma das lições mais poderosas para qualquer empreendedor: inovação não é sobre temer o que chega, é sobre aprender a se posicionar dentro da mudança. Quando todos olham para o risco, há oportunidade de olhar para o espaço que se abre.

E aqui entra meu lado de jornalista com olhar para histórias improváveis de sucesso. Sempre me fascina quando uma ideia aparentemente simples se torna uma revolução em determinado setor. No próprio evento, ouvi o case de uma startup que começou entregando marmitas fitness em caixas de papelão reaproveitadas e hoje se tornou fornecedora oficial de programas de saúde corporativa para bancos e seguradoras. O improvável se tornou regra porque alguém enxergou valor onde ninguém mais estava olhando. Isso me lembra uma das frases que repito em minhas palestras: “a sorte sorri para quem insiste mais tempo do que o esperado”.

Na minha trajetória, essa insistência se manifestou quando decidi formalizar a Manicure Delivery em 1999. O mercado dizia que era inviável, que serviço de beleza era algo para salões fixos e que uma mulher que vinha de onde eu vim não teria credibilidade para vender um serviço recorrente para empresas. Mas justamente esse olhar de descrença foi meu combustível. Hoje, quando ouço no CONARH discussões sobre bem-estar no ambiente corporativo, lembro que nossa empresa já levou spa, esmaltação e experiências de autocuidado para colaboradores de empresas como Royal Prestige, Holiday Inn e até feiras de automóveis, sempre criando aquele que chamo de “conteúdo sexy”: imagens, memórias e percepções que não apenas agradam, mas despertam desejo em quem vê. É endomarketing na veia, feito com unhas e sorrisos.

Esse ano o congresso também dedicou bastante espaço para discutir cultura organizacional. Ouvimos que empresas que investem em ações de bem-estar e reconhecimento têm até 21% mais produtividade, segundo pesquisas apresentadas no palco. Mas números à parte, o que realmente ficou claro é que cuidar de gente é cuidar de resultado. Eu gosto de traduzir esse raciocínio para algo mais direto: uma empresa que oferece apenas salário compra apenas tempo; uma empresa que oferece cuidado conquista alma. E essa alma se traduz em engajamento, criatividade e fidelidade.

Um dos conselhos que deixo, a partir dessa observação, é que os empreendedores — sejam pequenos, médios ou gigantes — nunca subestimem o poder do gesto simbólico. Às vezes, um spa no meio de um congresso, um esmalte colorido na confraternização de fim de ano ou um simples espaço de pausa pode falar mais alto do que campanhas publicitárias milionárias. Quando criamos o Nail Bar em feiras e eventos, sempre percebo que o resultado não é apenas unhas feitas, mas a memória que fica: “naquele evento, eu fui cuidada”. Isso cria vínculo. Isso vira storytelling.

O CONARH 2025 também abriu espaço para algo que me chamou atenção: a necessidade de repensar a relação das lideranças com vulnerabilidade. Chefes perfeitos perderam espaço para líderes que reconhecem suas falhas e aprendem junto com a equipe. Esse movimento, para mim, é revolucionário porque legitima as trajetórias improváveis. Se eu tivesse esperado estar pronta, nunca teria começado. Foi justamente a minha vulnerabilidade que me fez buscar capacitação, pedir ajuda, escutar feedbacks. E isso continua sendo um conselho que repito: não espere a hora certa. Comece com o que você tem, com a coragem que você possui agora.

No balanço final, posso dizer que o CONARH 2025 mostrou que o futuro do trabalho é menos sobre controlar e mais sobre inspirar. Menos sobre cargos e mais sobre causas. Menos sobre algoritmos e mais sobre afeto. E isso é profundamente estratégico. Empresas que entendem que colaboradores não são recursos, mas sim pessoas com sonhos, medos e potencial, constroem marcas mais fortes, desejadas e preparadas para o longo prazo.

Eu saí do congresso com uma mistura de sensações. Por um lado, encantada com a tecnologia, com os painéis cheios de dados e projeções futuristas. Por outro, convicta de que, no fim, tudo retorna ao que é humano. É como se o evento tivesse confirmado uma intuição antiga: o que nos diferencia não é a máquina que usamos, mas a forma como tratamos uns aos outros.

A cada edição do CONARH eu gosto de deixar também alguns recados práticos, quase como um checklist de quem viveu de perto a transição do improviso para a consolidação. Primeiro: não subestime o poder das pequenas ações de endomarketing. Segundo: invista na narrativa da sua marca como se fosse uma história de gente, não apenas de números. Terceiro: lembre que vulnerabilidade não é fraqueza, é porta de entrada para a inovação. E quarto: inspire-se nas histórias improváveis, porque é nelas que muitas vezes moram as maiores viradas.

Enquanto escrevo esta matéria, me pego lembrando da minha versão de 1993, com pouca instrução formal, mas muita vontade de vencer. Se eu pudesse voltar e dar um conselho a ela, seria este: confie que o improvável pode ser o seu diferencial. Hoje, olhando o brilho nos olhos dos jovens empreendedores que circulam pelo CONARH, tenho certeza de que essa mesma fagulha de possibilidade continua viva.

E talvez seja esse o maior aprendizado de todos: eventos como o CONARH não são apenas sobre tendências, mas sobre reafirmar a fé no poder de criar. E criar é sempre um ato humano, generoso e ousado.

Quer conversar? (11) 9-8185-9053

Instagram: @thiellefelix

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