Mercado de trabalho com inteligência artificial – oportunidades e desafios para o Brasil
Mercado de trabalho com inteligência artificial – oportunidades e desafios para o Brasil
Por Thielle Felix – empreendedora desde 1993 e jornalista especializada em empreendedorismo
Nos últimos anos, a inteligência artificial deixou de ser apenas tema de ficção científica ou de laboratórios de pesquisa para se tornar um elemento central do mundo corporativo e do mercado de trabalho. No Brasil, esse movimento tem gerado transformações profundas, tanto nas funções existentes quanto na criação de novas oportunidades de emprego. Como empreendedora que observa a evolução do mercado há mais de três décadas, posso afirmar: entender o impacto da IA no trabalho não é mais opcional; é condição para sobreviver e prosperar.
A primeira constatação vem de dados recentes de instituições como o IBGE e o Fórum Econômico Mundial: estima-se que até 2030, cerca de 30% das funções atualmente desempenhadas no Brasil terão algum grau de automação. Isso não significa necessariamente uma perda massiva de empregos, mas sim uma transformação de funções e habilidades exigidas. Atividades repetitivas, administrativas ou que envolvam processamento de dados básicos estão sendo gradualmente substituídas por algoritmos e robôs inteligentes.
Entretanto, as oportunidades que surgem nesse mesmo cenário são gigantescas. Profissões ligadas à análise de dados, segurança digital, manutenção de sistemas de IA, design de experiências digitais e até cuidado humano em contextos estratégicos têm alta demanda. Como empreendedora que iniciou com um negócio de serviços de beleza, vejo nessa transição uma lição clara: os mercados mudam, mas a capacidade de adaptação define quem cresce.
Um ponto crucial que percebi ao observar empresas brasileiras que já implementaram IA em larga escala é que a tecnologia sozinha não resolve problemas. Ela amplia capacidades, permite decisões mais rápidas e oferece insights estratégicos, mas são as pessoas que definem se isso será útil ou apenas mais um gasto operacional. Por isso, investir em treinamento, requalificação e gestão de talentos é tão essencial quanto adquirir a tecnologia em si.
No contexto do mercado corporativo, há também uma mudança cultural em curso. A presença da IA obriga gestores e colaboradores a repensar processos, fluxos de trabalho e expectativas. Isso pode gerar resistência, insegurança e até medo de substituição. Mas, se conduzido com inteligência, esse mesmo movimento se torna catalisador de inovação. Empresas que promovem integração entre humanos e máquinas observam aumento de produtividade e engajamento, justamente porque a rotina deixa de ser mecânica e passa a exigir criatividade, julgamento crítico e colaboração estratégica.
Um exemplo concreto vem do setor de serviços de beleza corporativa. No meu trabalho com a Manicure Delivery, começamos a usar ferramentas de agendamento automatizado, análise de preferências de clientes e monitoramento de satisfação. Isso liberou tempo das colaboradoras para se concentrarem em entregar experiências superiores, interagir de forma genuína e criar momentos memoráveis. A tecnologia não substituiu a experiência humana; ela a potencializou.
Ao mesmo tempo, precisamos considerar que o impacto da IA é desigual. Pequenas e médias empresas enfrentam desafios de acesso, investimento e conhecimento técnico. Enquanto grandes corporações já têm departamentos dedicados à implementação de soluções inteligentes, empresas menores dependem de adaptação rápida e criatividade para se manter competitivas. E aqui entra mais uma lição empreendedora: inovação nem sempre exige grandes recursos; exige visão estratégica, coragem para testar e disposição para aprender com erros.
O CONARH 2025, que acompanhei recentemente, trouxe muitos debates sobre o papel da IA no RH. Um dado relevante apresentado foi que 61% das empresas brasileiras já utilizam algum tipo de automação para recrutamento e seleção. Algoritmos auxiliam na triagem de currículos, análise de compatibilidade e até avaliações comportamentais iniciais. No entanto, os especialistas reforçaram que entrevistas presenciais, avaliação de soft skills e percepção de cultura organizacional continuam sendo insubstituíveis. A tecnologia oferece suporte, mas não substitui julgamento humano.
Essa constatação é particularmente importante para empreendedores: não se trata de temer o avanço da IA, mas de entender como integrá-la de forma estratégica. A capacidade de observar tendências, identificar lacunas e criar processos híbridos – que combinam eficiência tecnológica com toque humano – define o sucesso futuro.
Outro ponto relevante discutido no evento foi a necessidade de requalificação constante. Estimativas apontam que mais de 40% dos colaboradores terão que aprender novas habilidades até 2030. E não se trata apenas de hard skills: competências como comunicação, criatividade, empatia, resolução de problemas complexos e liderança passam a ser ainda mais valorizadas, justamente porque máquinas não substituem a capacidade humana de interpretar contextos, gerar conexão e criar experiências significativas.
A inteligência artificial também tem um papel importante na análise estratégica de mercado. No setor de beleza, por exemplo, ferramentas de IA conseguem mapear preferências, tendências de cores, estilos de unhas e horários de maior demanda em empresas. Esse tipo de informação permite que negócios como o Manicure Delivery planejem escalas, estoques e campanhas de endomarketing com precisão, criando impacto direto no engajamento de clientes e colaboradores.
Mas há desafios éticos que precisam ser considerados. Algoritmos podem reproduzir vieses existentes, decisões automatizadas podem afetar carreiras e há um debate crescente sobre transparência e governança de dados. Líderes empresariais precisam estar atentos a essas questões, garantindo que a implementação da IA seja justa, inclusiva e alinhada aos valores da empresa.
Para ilustrar, lembro de uma situação no setor corporativo: uma grande empresa implementou IA para triagem de currículos, mas o algoritmo acabou filtrando candidatos de forma enviesada, priorizando perfis que não representavam diversidade. A solução não foi simplesmente desligar a ferramenta, mas ajustá-la, inserir monitoramento humano e treinar gestores para interpretar resultados. A tecnologia, quando usada com responsabilidade, é poderosa; mas exige supervisão constante.
Em termos de oportunidades, os setores mais promissores incluem tecnologia, marketing digital, saúde, educação e serviços especializados. Profissionais que investem em aprendizado contínuo, capacidade de adaptação e visão estratégica estão posicionados para aproveitar essas oportunidades. No caso de serviços de beleza corporativa, há espaço para inovação em experiências personalizadas, integração com plataformas digitais, análise de dados de satisfação e criação de conteúdos de endomarketing que conectam colaboradores à marca.
Como empreendedora, costumo observar que a IA não substitui o fator humano, mas amplia o impacto do trabalho bem feito. No Manicure Delivery, o uso de ferramentas inteligentes nos permitiu organizar equipes, antecipar demandas e criar experiências memoráveis para colaboradores em eventos corporativos. A combinação entre automação e atenção humana criou um diferencial competitivo: conseguimos atender grandes empresas de forma escalável, sem perder o toque pessoal que é nossa marca registrada.
Olhando para o mercado de trabalho em geral, percebe-se que a IA está criando funções que antes não existiam. Analistas de dados, especialistas em experiência do usuário, consultores de integração tecnológica e gestores de inovação híbrida são exemplos de funções emergentes. Ao mesmo tempo, profissionais em funções tradicionais precisam se adaptar, adquirindo novas competências e aprendendo a trabalhar em colaboração com sistemas inteligentes.
Outro ponto destacado no CONARH foi a necessidade de mudança cultural. Empresas que resistem à automação ou tratam a IA apenas como redução de custos tendem a perder competitividade. Por outro lado, aquelas que enxergam a tecnologia como aliada, capacitam suas equipes e integram inteligência artificial de forma estratégica, observam ganhos de produtividade, engajamento e inovação.
Para empreendedores, a mensagem é clara: a IA não é ameaça, mas oportunidade. Quem compreende seu potencial, adapta processos e treina pessoas para trabalhar em conjunto com máquinas estará à frente no mercado. O improvável se torna possível quando visão, estratégia e execução se encontram.
Em resumo, a inteligência artificial está transformando o mercado de trabalho no Brasil de formas que não podem ser ignoradas. Ela cria desafios, exige requalificação e demanda liderança ética e estratégica. Mas também abre oportunidades inéditas para quem está preparado para inovar, aprender e aplicar criatividade em soluções práticas.
Como conclusão, recomendo que empresas e empreendedores adotem três atitudes-chave: 1) investir em capacitação contínua, 2) integrar tecnologia e toque humano de forma equilibrada e 3) observar tendências globais para antecipar mudanças no mercado local. Com isso, é possível transformar o impacto da IA em crescimento sustentável, engajamento de equipes e experiências memoráveis para clientes e colaboradores.
Para empresas que desejam unir tecnologia e cuidado humano, o Manicure Delivery oferece soluções personalizadas, transformando eventos corporativos em momentos de engajamento e bem-estar. Contato pelo WhatsApp (11) 9-8185-9053, e-mail manicuredelivery@gmail.com ou Instagram @thiellefelix. A inovação existe quando aliamos eficiência e humanidade, e é nesse ponto que se constrói vantagem competitiva real.
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